03 ANOS DA MAIOR MANIFESTAÇÃO DA HISTÓRIA DE ARAXÁ.

De pequenos atos todas as sextas feiras nos pontos de ônibus da fonte, para marchas com milhares de pessoas, bloqueios de vias e assembleias populares, temos orgulho de ter chamado e nos esforçado ao máximo para que os atos de 2013 fossem de fato ataques ao sistema, e não passeatas como desejavam alguns setores e fanfarrões parasitas.
Desde outubro de 2012, esta seção sindical em decisão tomada por consenso, organiza atos contra a carestia de vida e a precariedade dos transportes em Araxá, foram meses de ações nas ruas, até que em maio de 2013 estes atos vão tomando proporções maiores, com o primeiro bloqueio de uma via ( pontos de ônibus da fonte/teatro municipal), a participação de estudantes e populares não associados a esta seção sindical, sempre com sinalizadores vermelhos e cantos, fizemos daquele local um ponto de resistência contra a exploração.

Foram dias de resistência, claro que também houveram fatos ruins como a infiltração traiçoeira de elementos de direita e um notório parasita de entidades estudantis ( que na realidade jamais promoveu uma mobilização sequer na luta estudantil), mas o principal foram os pontos positivos, o maior deles nem a brava resistência de jovens e nem os bloqueios de vias, mas as assembleias populares.
A organização de assembleias populares, sem parasitas, sem partidos ou patrões, mas a população de Araxá nas ruas tomando as decisões, isso foi o mais marcante e emocionante para todos deste sindicato. Um exemplo claro e nítido daquilo pela qual sempre lutamos, autogestão e ação direta, as massas tomando decisões sobre suas vidas, um momento de democracia direta e quando muitos de nós sem dúvida acreditamos ser possível chegar a uma ruptura.
Se Araxá esteve no mapa das grandes manifestações de 2013, isso se deve a todos e todas que estiveram nas ruas antes e depois de Junho 13, estiveram na organização ao longo de anos, estiveram difundindo e lutando para que nossa gente veja que ela deve tomar as decisões e não os parasitas políticos. Nós produzimos toda riqueza, nós devemos gerir nossas vidas e aquilo que produzimos, sem chefes ou parasitas, e foi a ausência de chefes que fez aqueles dias tão especiais, foi possível ver o medo na cara de alguns daqueles que sempre nos oprimiram e exploraram.
A repressão que se seguiu fez com que muitos tivessem medo, as prisões injustas e os abusos foram cruciais para a redução dos atos aos mesmos indivíduos de sempre, aqueles mais convictos e já acostumados a maneira de agir por parte do Estado, repressão, a óbvia repressão, balas de borracha e prisões que calaram muitos jovens, mas não esta seção sindical.
O mais importante, é que aqueles momentos em que fomos livres nos sirvam de exemplo para seguir lutando, com toda certeza de que somos capazes de decidir por nós mesmos, sem políticos, sem partidos e sem patrões. A vitória na luta por um transporte público decente foi retumbante em todo Brasil, Araxá se fez presente e foi aquela a maior manifestação da história de Araxá, a imprensa noticiava 3000 pessoas, nós calculávamos 5000, mas um oficial do Estado posteriormente nos relata a presença de 8000 pessoas naqueles atos.  Os poderosos que sempre brincaram com o povo, naqueles dias não mandavam nada, o povo nas ruas tinha voz.