A educação brasileira desde o início
da conquista e exploração colonial sempre atendeu aos interesses econômicos de
uma pequena parcela da população rica em detrimento de grande parte da
população brasileira pobre. Projetos mirabolantes foram feitos sem atender a
nenhuma expectativa de educação inclusiva, de qualidade e igual.
Em Minas Gerais não é diferente desse
quadro. Desde os governos tucanos de Aécio Neves e Anastácia os profissionais
de educação vêm sofrendo com o descaso, desmonte de direitos conquistados, a
desvalorização profissional e a repressão aos movimentos grevistas e de
reivindicação. Com a ideia do Estado mínimo e de que o estado mineiro estava
mal em suas finanças à dupla tucana atacou direitos adquiridos e de maneira
inconstitucional “efetivou” diversos servidores públicos em poucas canetadas
com base em um parlamento subserviente. Consequência disso foram milhares de
trabalhadores jogados à própria sorte sem estabilidade profissional, muitos
doentes e endividados.
O atual governador mineiro Fernando
Pimentel do PT foi eleito com um discurso de que mudaria esse quadro. Prometeu
que elevaria o salário dos professores através de várias ações governamentais
em chegar ao piso nacional da educação. Porém, o que observamos foi uma má
administração em um governo preocupado em atender as exigências exclusivistas,
como por exemplo, em pagar integralmente os funcionário da segurança pública,
e, como todos nós sabemos, em não sofrer um processo de impeachment devido aos
diversos casos de corrupção que os governos petistas são acusados e muitos
comprovadamente culpados.
Dessa forma, os funcionários públicos de Minas
Gerais desde o início do ano de 2016 vêm recebendo seus salários de maneira
escalonada, antes recebíamos no quinto dia útil do mês, e o salário parcelado.
Contudo, com o discurso vitimista e mentiroso de que o estado mineiro está que
quebrado, desde junho de 2018 o
governador petista não esta nem mesmo cumprindo a escala de pagamento para
grande parte dos funcionários públicos mineiros, exceto aos funcionários da
segurança pública que continuam receber integralmente. Grande parte dos
funcionários da educação desde o início do ano de 2018 entraram em greve com
uma lista extensa de reivindicação que vai desde o cumprimento de sua promessa
de pagar o piso salarial a todos os funcionários da educação até o porquê do
não repasse ao ipsemg (Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de
Minas Gerais). Vários médicos, clínicas e Santa Casa já não mais atendem ao
ipsemg porque o governo Pimentel não repassa a verba para estes profissionais.
Muitas doentes em tratamento tiveram consultas desmarcas tendo que arcar com o
custo de consultas médicas.
De todo esse ultraje que há anos
estamos sofrendo, o que podemos observar é um movimento de profissionais da
educação desunidos que lutam por causas particulares e um sindicato atrelado à
política partidária do governo. Muitos profissionais da educação, já exaustos
pela rotina de trabalho em suas escolas, começam a perder as esperanças e
desanimar frente à violência desse estado brasileiro burguês, corrupto e
extremamente desigual. A educação brasileira pede socorro. E nesse momento
vemos uma classe e uma sociedade de braços cruzados frente uma situação
calamitosa e alarmante.
(Horácio – professor de História e Geografia da rede pública mineira)
Nenhum comentário:
Postar um comentário