terça-feira, 24 de dezembro de 2013

ARAXÁ 2013

Este ano que termina,foi sem dúvida um dos anos em que a luta social e sindical, mais cresceu em Araxá.
Se desde dezembro do ano anterior mobilizações já eram organizadas por melhorias nos transportes,em janeiro estas mobilizações tomaram corpo e ensinaram muito a todos e todas,que hoje se veem mais fortes através do apoio mutuo e solidariedade,através da ação direta,tão criticada neste primeiro mês do ano mas que se provou ser a única forma de luta real.
As manifestações de janeiro,até então as maiores da cidade,se caracterizaram pela dificuldade de entendimento entre diversos grupos que posteriormente acabariam cindindo o comitê de luta contra a carestia,e forçado a reorganização total,mas de todas as formas estas manifestações do inicio do ano foram importantes e amadureceram a visão de muitos sobre a luta,que de nada adiantaria tentar negociar inegociável.
Os dias 17 e 25 de janeiro,estabeleceram as reivindicações que seriam levadas durante todo o ano,em assembleia no dia 17 se estabeleceu a atual pauta de reivindicações,e dia 25 a cidade viu uma das maiores manifestações da cidade até então,quando a prefeitura tenta amenizar os ânimos com a entrega das planilhas de custos do transporte e  assim leva ao engano diversos setores que viriam a se iludir e desmobilizar a luta.
Desmobilização amplamente condenada por anarquistas e anarcossindicalistas,e que meses mas tarde se provaria uma falha dos pró-negociação,como já previsto por nós todos e todas,mas que sem dúvida serviu de exemplo aos que se deixaram enganar pelos de cima.


De fato,as manifestações de janeiro foram o estopim,para a organização mais ampla do comitê de luta contra a carestia e a autogestão de nossas lutas por bem estar e liberdade e semente que germinava para o futuro endurecimento das lutas e das reivindicações,levadas sempre de forma intransigente por esta seção e por anarquistas e companheiros,dispostos e demonstrar  nas ruas a força de nossa gente.
Dessa forma,reuniões,debates e a reorganização do comitê de luta contra a carestia de vida se põe em marcha durante os meses que se seguem.
Chegamos ao mês de maio,em duas situações opostas,se por um lado o 1° de maio deste ano foi um dos mais vazios em número de pessoas,duas definições começariam a ser decisivas,a retomada de piquetes no centro da cidade,em terminais de ônibus todas as sextas feiras,visando atingir o maior público possível e nos manter mobilizados.
Piquetes foram realizados também no setor norte,reduto tradicional do movimento libertário em Araxá.
Os piquetes de maio,vem a demonstrar a revolta popular com o transporte público e a segregação que este representa,sendo também apresentadas expressões de repúdio a políticos que tentavam cooptar a luta,sem sucesso já que esta é,e sempre será horizontal e autogerida.
Estes piquetes de maio ganham corpo,a organização para a luta amadurece e novas pessoas passam a se juntar,inclusive dando inicio a primeiras tentativas de bloqueios pacíficos.
Uma curiosidade deste piquetes é que os sinalizadores e as bandeiras rubro negras se tornam uma marca da luta por bem estar e liberdade,a luta pelo fim do apartheid social na cidade e uma forma de mostrar que estamos nas ruas, seja como ou onde for.

 Entre as mobilizações sociais,o desenvolvimento de núcleos e ações em locais de trabalho,o aprofundamento em nossas tradições de luta de ação direta,alguns atos merecem ser citados;a solidariedade a seções irmãs na A.I.T. ,ações como em solidariedade e por readmissão ao companheiro demitido em santander/isban,e em solidariedade aos demitidos em telepizza,ações estas que além de servirem de apoio aos nossos companheiros,aprofunda a noção de solidariedade sem fronteiras entre nossa gente,em muitos casos ainda iludida com as fronteiras nacionais que nos limitam.
As ações de solidariedade se seguiam,a manutenção dos piquetes as sextas feiras e a difusão total da luta,através de todos os nossos meios de comunicação mantivemos a pauta de reivindicações definida em janeiro e seguimos a luta.
Interessante frisar neste período,as tentativas de organização espontânea de jovens,a sementeira para a reorganização da Juventude Libertária,jovens estes que sempre se mantiveram fiéis ao definido em assembleia e certos de que somente mobilizados e unidos podemos vencer exploradores/opressores.
Ao final de maio e inicio de junho,aumenta a revolta em torno dos transportes em todo o país,diversas organizações promovem manifestações em diversas cidades;organizações populares e compostas por diversas orientações paralisam cidades,enquanto em Araxá,interior de Minas Gerais seguíamos promovendo piquetes e mobilizações.
Em meados de junho,o fechamento da Avenida Paulista pelo mpl,e a divulgação ampla das revoltas pelo mais levam milhares de pessoas as manifestações chamadas desde o comitê de luta contra a carestia em Araxá,as manifestações em dezenas ou talvez centenas se transformam em marchas com milhares de pessoas.
Se por um lado crescia a pressão sobre os donos do poder/exploradores e todo tipo de sangue suga,estes ao mesmo tempo passavam a manipular as manifestações populares com lemas autoritários,e o caso especifico de uma entidade que havia solicitado participar do comitê de luta e esteve ciente da resolução deste este sindicato de manter total pacifismo,a dita entidade desvirtua a pauta de reivindicações,causando revolta entre os estudantes citados anteriormente,que viriam a juventude libertária,grupos passam a utilizar das manifestações para perseguir anarquistas e aqueles que já estavam nas ruas antes das balelas de:o gigante acordou,vem pra rua e todo tipo de besteira implantada pela rede globo e pelos veículos de comunicação em todo o país.
Os meios de comunicação,(ferramentas do poder)mudam suas táticas e ao invés de criticar abertamente, passam a separar as marchas entre "pessoas de bem" e "radicais",a ação de agentes provocadores se torna constante.
Em Araxá,a postura de reivindicações é mantida a todo custo,a horizontalidade a ação direta e autogestão são mantidas,o bloqueio de interesses do capital é a estratégia de luta,para força o atendimento da pauta de reivindicações,é importante lembrar que o pacifismo é uma resolução e portanto todos estes bloqueios sempre foram pacíficos e jamais houve reação por parte de manifestantes ligados diretamente a luta,oque houve foi uma repressão desproporcional.
A repressão,e a violência de agentes provocadores provoca o esvaziamento de manifestações,os jovens estudantes formariam a inciativa para juventude libertária,este sindicato se mantinha na rua junto a estes e davam sequencia as lutas sem desvirtuar revindicações,e nem negociar pelas costas de nossa gente.
Em todo o país o governo é obrigado a reduzir as tarifas do transporte público,uma vitória as cidades que exigiam revogamento dos aumentos,e uma vitória parcial de todas as outras em luta,uma vitória de todo o povo,mas que por ser uma vitória parcial nos manteve nas ruas.
Entre militantes detidos nas manifestações,tentativas de criminalização  da luta social e a manutenção da luta,é convocada uma greve geral em Araxá,com pouca adesão e restrita a poucos setores.
Esta greve geral viria  demostrar para muitos,que somente o anarcossindicalismo pode manter nossos direitos,buscar os que devemos buscar e a liberdade,os sindicatos oficiais como sempre denunciamos,além de negociar pelas costas e desorganizar,aceitam toda e qualquer migalha do poder.
  Além das manifestações e atos de solidariedade,além das manutenção total da luta são promovidos eventos culturais entre o sindicato e juventude libertária;estreitando laços de solidariedade a as práticas anarquistas.
São estes o sarau poesia & liberdade,promovidos no parque do cristo,visando também dar a aquele lugar abandonado pelo estado a autogestão que merece,alguns itens viriam a prejudicar a ocupação e autogestão do local:a noção equivocada de que somente determinados eventos podem autogerir o local,quando a okupação total proposta por anarquistas e anarcossindicalistas é bem mais ampla,e vida a resistência do oprimido,tendo em vista que a população do setor norte segregada pelo sistema de transporte público não possui espaços amplos de lazer,uma praça reformada pela metade não é argumento,afinal os filhos dos políticos não brincam nos espaços públicos como os filhos de nossa gente,os filhos de trabalhadores e trabalhadoras.
Nestes eventos culturais,e em razão da evolução das lutas alguns questionamentos são levantados;como por exemplo a inércia de entidades e a restrição para uso de espaços estudantis que seriam uteis aos próprios estudantes,em sua organização e luta por melhorias no transporte e ensino,estes questionamentos levam a busca por dados de tal entidade por aquela que viria a se constituir,juventude libertária.
Junto as manifestações mantidas pontualmente,eventos culturais e o desenvolvimento da autogestão se tornam uma realidade,Araxá de "pacata" cidade interiorana,que escondia sob o tapete todos os seus problemas,teria estes escancarados e entraria no mapa de cidades mobilizadas em todo o país,lugares que fizeram a diferença nas ruas.
Mas,a força da autogestão das lutas como sempre,causa temor em donos do poder,e seguem as tentativas de criminalização das lutas sociais,quando sócios deste sindicato rejeitam uma transação e querem provar a inocência de anarquistas,segue a resistência a organização e a solidariedade.
Chegamos a outubro desenvolvendo a autogestão e o apoio a okupações,divulgando bandeiras de luta COB/AIT em locais de trabalho,lazer e moradia,fazendo crescer a capacidade de resistência de nossa gente trabalhadora.
Até que ao final de outubro,em razão dos questionamentos que juventude libertária faz quanto a entidade estudantil local,se inicia uma campanha anti-anarquista,com falsas acusações,perseguição,ameaças e denuncias de ilegalidade,contra este sindicato que sempre será solidário aos que horizontalmente lutaram ombro a ombro conosco nas ruas por direito e por liberdade,é estreitado ainda mais o laço entre sindicato e juventude,levando a adesão de companheiros,e aos atos contra a repressão promovida pela entidade estudantil oficial da cidade,que questionada resolve criar armações e propagar todo tipo de perseguição ideológica apoiados por setores da extrema direita local,quando falamos em extrema direita falamos em todos aqueles que defendem abertamente um golpe militar a a violência do estado contra indivíduos.
    As ameaças não intimidam,e são promovidos atos nos mais diversos locais com amplo apoio da população,que se demonstra farta de determinados indivíduos,restando aos repressores somente a capacidade de criar montagens e mentiras.
As pautas de janeiro são mantidas,mas com uma mudança fundamental estabelecida;se estamos a um ano exigindo o mesmo e o governo municipal se nega a atender,então que saia todo governo municipal,que todos os que vivem como sangue sugas deixem de viver das benesses do estado,e vivam a vida dos de baixo,aprofundamos as razões da exploração,da luta e da inércia e covardia de alguns.
A forma de organização libertária,se prova a mais efetiva ao longo do ano,a única a possuir princípios,e manter a sinceridade.
Alguns pequenos conflitos laborais são verificados no final do ano,que diante da notória ação direta e solidariedade deste sindicato;faz as patronais recuarem e pagarem todos os direitos negados,uma vitória obvia.
Ao mesmo tempo seguem as campanhas anti-anarquistas,visando minar o apoio,mas sem sucesso apelam os grupos autoritários a denuncias de ilegalidade contra este sindicato,já que este se nega a ter registros no estado,receber subsídios ou participar de eleições sindicais,somos pela autogestão sindical.
Tendo todas as respostas para estes ataques,esclarecidos que os direitos de organização e associação são garantidos,e não sendo esta uma organização criminosa,mas uma ferramenta de defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras,seguimos adiante.
Processados,perseguidos,vitimas de toda tentativa de criminalização,seguimos e seguiremos sempre!
Porque este sindicato luta contra as injustiças em suas origens,apoia a organização autônoma de estudantes para buscarem seus direitos e lutarem por liberdade,este sindicato é uma ferramenta do povo, e se existe é  para este povo,que já tem certeza da mentira que significa a "democracia"representativa,e que somente lutando podemos sobreviver.
Chegamos ao final deste ano já convocando o ato contra estes que insistem em se fazerem de surdos quando o assunto é direitos,os atos que começaram o próximo ano demonstrando que nem toda repressão foi e nem será capaz de nos silenciar,e que todas as montagens caiam por terra.
Não daremos um passo atrás sequer em nossas reivindicações,e seja como for nos manteremos em pé.
As experiências de 2013 provam o quanto o poder teme o povo organizado,e assim seguimos lutando até a emancipação total da classe trabalhadora.


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